#DesafioDas100 – 2ª edição, Agosto de 2020.
27/08/2020 | © YDC, Yasmin de Carvalho.
Contagem: 522 palavras escritas.
Palavras: Coréia – Sonho
Ouvi dizer que o Coração nunca Mente…
“Não me lembro com precisão o momento em que
tesourinho trouxe à tona a ideia de, quem sabe um dia,
nós viajarmos para conhecer o país asiático de maior
ascensão nos últimos tempos: a Coréia do Sul.
Na verdade, tenho uma ideia de quando isso pode ter
acontecido, mas na realidade, quando começou não
importa realmente… O que é digno de nota, é a forma
como isso terminou, ou melhor dizendo, se desenrolou…
Honestamente, nunca me imaginei vindo para a Coréia e
fincando aqui, as minhas raízes… Sempre tive uma
preferência (corrigindo, afeição) maior por seu vizinho,
o Japão, mas… Cá estamos nos.
O que era para ser uma visita de férias, um tempo certamente
curto demais para se desvendar todos os segredos e mistérios de
um país inteiro, transformou-se numa infindável torrente
de sentimentos e pensamentos quase inexplicáveis…
É claro, tesourinho tinha muitas razões para querer ficar aqui,
não apenas razões da razão, mas também aquelas do coração que,
por mais que soassem distantes demais, para ela, pareciam simplesmente
possibilidades a serem ou não desenvolvidas…
O fato é que, de um dia para o outro, tudo em minha mente mudou.
Foi como se o véu da dúvida se descortinasse bem diante de meus olhos e
finalmente, me trouxesse uma visão clara daquele chão embaixo dos meus pés.
Ao mesmo tempo que sentia a euforia crescente apossando-se de mim,
gradativamente, também sentia vir com ela, o medo… O terrível pânico
do desconhecido, do possível fracasso, das falhas e decepções.
Acho que por isso levei tanto tempo para aceitar a verdade que
se revelava à minha frente: nosso lugar era ali, naquele país que por muito tempo,
esteve desconhecido para o restante do mundo…
A verdade, é que a felicidade de meu tesourinho repousava naquela terra,
entre notas, rabiscos e semitons… A verdade, aquela a qual meu coração recusava
simplesmente aceitar, é que o recomeço era preciso e mais que isso, benéfico…
E, quando tesourinho me mostrou que meus medos e receios estavam
impedindo a nossa felicidade, senti culpa…
Culpa por permitir que isso acontecesse, por mesmo sem intenção,
dificultar algo que claramente, só surgiu em nosso caminho
para o nosso próprio bem…
E então, eu finalmente decidi encarar de frente o que me afligia e, segundo
as próprias palavras de tesourinho, ‘decidi que não permitiria que meus medos
fossem maiores que meus sonhos’ e… Deu certo!
Um dia, tudo parecia apenas um sonho distante… No outro, realidade e sonhos
se mesclavam numa comunhão tão sublime, que nem mesmo todos os poetas da antiguidade
seriam capazes de expressarem, com total exatidão, a significância daquele momento…
Tudo pareceu fazer sentido, todo se mostrou… Certo, completa e irrevogavelmente certo.
Não havia mais espaço para dúvidas, lamentos ou incertezas, porque tudo o que
tesourinho e eu enxergávamos era o presente, e no presente, nossos planos
haviam se concretizado! Porque, no presente, ela finalmente poderia
se dedicar àquilo que ela mais ama na vida e, ainda por cima, seria
amplamente reconhecida e valorizada por tal…
Porque, no presente, o passado era apenas uma lembrança memorável,
e o futuro, somente um sopro suave diante da eternidade…!”
YDC, 20:55hs, 25/08/2020.
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